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Interseções Efêmeras 

Itinerância na EBA

8 de novembro de 2018 a 16 de março de 2018 no Corredor das Artes da EBA

Acompanhe os detalhes da montagem

Participantes

Todo semestre o Ateliê de Xilogravura da UFMG recebe novos alunos para desenvolver suas investigações pessoais de graduação e, também, para aprender esta técnica de gravura através da disciplina de Xilogravura.

Dessa diversidade de trabalhos, surge o desafio de realizar uma exposição que contemple as qualidades individuais das obras, e, também, retrate seus pontos de convergência.

Nesses encontros casuais, temáticas tornam-se recorrentes, dada a proximidade do fazer coletivo do ateliê. Para alguns é uma breve interrupção na sequência de seu processo anterior, para outros um momento de redirecionamento ou ainda, de mera continuidade. De fato, uma produção influencia a outra e nesse instante de confluência, surgem possibilidades que poderão ou não serem continuadas nos projetos específicos de cada aluno.

A Mostra INTERÇÕES EFÊMERAS, exposta inicialmente na Associação Mineira do Ministério Público (AMMP), salienta um dos eventuais recortes dentre esses caminhos fugazes trilhados pelos artistas que ora se encontram, ora divergem. Nas interseções desse último semestre, Vida e Morte destacam-se, mostrando a fugacidade da juventude, a presença das relações simbólicas que permeiam a vida humana, o cotidiano e as influências da agitação urbana, o silêncio interior e a inconstância da memória. Esta é uma possível leitura na ocasião deste coletivo, mas existem diversas outras, conforme o contexto em que cada artista as propuser posteriormente.

Para a itinerância da mostra na EBA foi feito um recorte da proposta inicial, para que ela melhor se adequasse ao Corredor das Artes.

Como toda exposição, existe um período anterior a sua realização que envolve o conhecimento do espaço, a elaboração da proposta e estudos para potencializar os aspectos estéticos das obras dentro do discurso da mostra. Contudo, pouco antes de seu início, um grupo restrito realizou uma intervenção, apropriando-se do espaço do corredor sem o cuidado de avaliara que uma ação imediatista poderia interferir e até impossibilitar todo um trabalho anterior de outros grupos que convivem neste local. Sem a translucida camada de tinta aplicada pelos artistas para minimizar os ruídos estéticos que esta intervenção impunha em suas obras, elas se anulariam ao serem exibidas. Desta ação de limpeza, que poderia ter encoberto as intervenções anteriores, a qual optou pela manutenção de seus registros, que tanto interferem na leitura do conjunto das obras, fica a reflexão de como viver junto.

Conviver em comunidade, em um espaço público, requer comunicação, respeito e que as ações sejam mediadas pelos órgãos gestores competentes. Sem essas premissas, restará apenas intolerância, com o predomínio de atos individuais em contínua sobreposição.

Eliana Ambrosio

Curadora

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